sexta-feira, 2 de maio de 2008

Principais Pintores Futuristas e Algumas Obras

Giacomo Balla (1871-1958), Umberto Boccioni (1882-1916) e Carlos Carrà (1881-1957) assinaram o “manifesto dos pintores futuristas” em 1910. Já se inclinavam a interessar-se pala exaltada fantasia do fim do século (finde-siècle) misturada ao culto modernista à máquina e à retórica política extremista do manifesto de Marinetti. Tinham desenvolvido práticas em reação às complexas opções que lhes eram apresentadas no fim do século – sendo o realismo social, o simbolismo, o impressionismo, e o neo-impressionismo somente alguns dos estilos internacionais em que se havia formado sua arte.
Todos tinham a convicção de que o significado do artista e sua obra iam além do ateliê, do salão ou do museu, e de que a visão do artista era o elemento decisivo que marcava o compasso do desenvolvimento da sociedade. Assim, a “vanguarda” achava-se, por definição, adiante do resto da humanidade, sendo que esta acabava adotando sua visão pioneira.

Giacomo Balla
Giacomo Balla revela-se um artista fortemente comprometido com a política socialista e com a descrição da classe operária, dos despossuídos, dos marginalizados, fracassados e dementes. Em “Dia de um trabalhador” (1904) ele divide a tela em três partes a fim de mostrar os momentos da jornada de trabalho dos operários da construção civil. Detecta-se um forte, ainda que melancólico, sentido de modernidade na formação geométrica do prédio em construção, assim como a impressão da vida humana ordenada pela determinadora grade física e psicológica da vida urbana.
Em “Poste de iluminação” (1909) inspirou-se em um dos primeiros postes de iluminação elétrica instalados em Roma e deve ter sido uma resposta inicial ao manifesto de Marinetti e a outros textos contemporâneos. Aqui a eletrificação contemporânea da Itália evoca uma fonte de luz feita pelo homem, ou masculina, que vence o poder feminino da lua, a mítica fonte dos ritmos do mar, do amor e da loucura. É significativo o tema oculto do desprezo pela mulher.
A pintura de Balla traz em si um peso de preocupações culturais complexas, ainda que contraditórias, que ultrapassam as questões técnicas ou a apropriação estilística.


Dia de um trabalhador (1904)


Poste e iluminação (1909)

Umberto Boccioni
Foi aluno de Balla em Roma na virada do século, compartilhavam a visão socialista e humanitária, assim como a idéia concomitante de que os seres humanos são produtos do meio. Com Balla, Boccioni aprendeu os princípios do divisionismo, a versão italiana do neo-impressionismo francês, no qual pequenos pontos, manchas e traços de pigmentos se organizavam com precisão quase cientifica a fim de emular a luz e a atmosfera naturais. Voltou-se para uma versão pessoal do simbolismo. No entanto, em 1909, identificara sua arte com interesses obviamente mais modernos nos temas e na técnica.
Em “Fábricas em Porta Romana” (1909), mostra uma região industrial na zona norte de Milão, onde ele morava, e dá continuidade ao tema da construção e da expansão urbana contemporâneas, encontrado cinco anos antes em “Dia de um trabalhador” de Balla. Boccioni sugere a energia vibrante de uma região agrícola que vai se transformando em um subúrbio de fábricas com as novas estradas, moradias de operários e chaminés a expelir fumaça. Sua pintura é claramente comprometida com a heróica industrialização, símbolo da modernidade da Itália.
Já numa nova fase de experimentação Boccioni, em “A cidade se levanta” representa extrema energia e entusiasmo. O descreve em carta para amigo como “uma grande síntese de trabalho, luz e movimento”. Pintaram uma imagem de ação violentamente energética em um canteiro de obras, com operários, cavalos gigantes, construções e bondes. A obra foi ofendida pela critica como uma experimentação que não teria dado certo.




Fábricas em porta romama (1909)


A cidade se levanta (1910)


Carlo Carrà
Carrà trabalhava em Milão, também havia desenvolvido, durante os primeiros anos do século XX, uma técnica divisionista aliada a temas realistas que herdara de seu professor Cesare Tallone. Em obras como “Saindo do teatro”, Carrà apresenta um mundo metropolitano noturno irradiado de luz elétrica, no qual as figuras humanas espectrais parecem dissolver-se numa atmosfera multicolor em que o primeiro plano e o fundo se misturam no plano do quadro. A sensação de anticlímax, ao fim do espetáculo, é produzida pelas figuras inclinadas para frente que se dissolvem na noite. O espaço psicológico se funde com o físico.


(Fonte: Movimentos da Arte Moderna - Futurismo, Richard Humphreys. Ed. COSAC&NAIFY)

Um comentário:

Baah disse...

Nossa, vocês estão de parabéns, vocês me ajudaram muito para eu Faze um Trabalho de Artes, muito obrigado !!! >.<